O Grupo Tholl está "exportando" talentos. Artistas da trupe circense de Pelotas fizeram sucesso em show na Europa, mais precisamente em Londres / Inglaterra; outros se firmam no Cirque du Soleil.
Vinicius Vasconcelos, João Siqueira e Leonardo Louzada permaneceram em Londres de 9 de dezembro passado a 6 de janeiro deste ano, quando fizeram uma temporada com o circo chamado Circus 1903, também denominação do espetáculo do qual participaram. Foram 32 apresentações em 15 dias de temporada no Southbank Centre, o maior complexo artístico da Europa.
O trio apresentou o número de abertura do Circus 1903, usando o teeterboard (báscula = uma balança com base horizontal para arremesso de pessoas). Ainda faziam parte de várias outras intervenções durante o espetáculo. Enfatiza Vinicius que "o Tholl fez uma grande diferença nisso tudo, porque foi onde eu consegui me sentir bem e despertar vários pontos que me ajudaram como artista. Foi também onde eu conheci e comecei a treinar a báscula".
Vinicius permaneceu no Tholl - que ele considera uma grande escola - por cinco anos. "Aprendi muitas coisas que vou levar para sempre, profissionalmente e como pessoa também". Hoje com 23 anos (entrou para a trupe com 18), Vinicius é natural de São José do Rio Pardo / SP. Sua primeira experiência com circo foi em 2009, em um projeto social que se chamava Casa de Cultura e Cidadania, onde fez diversas aulas. Atualmente, não faz mais parte dos espetáculos do Tholl, mas treina na trupe.
João Siqueira, também natural de São José do Rio Pardo, foi "apresentado" à báscula no Tholl, o que tornou possível e com alto rendimento a sua participação no espetáculo europeu. "Sou muito grato ao Tholl, pois me abriu essa oportunidade irrecusável de trabalhar com arte fora do Brasil. Não somente as técnicas circenses desenvolvidas no Tholl foram importantes para mim, mas principalmente o lado artístico, que nos ajudou muito na nossa cena tornando-a mais dinâmica e gostosa de assistir", comenta o artista.
Também começou em circo com o projeto Casa de Cultura e Cidadania em sua cidade natal, há dez anos. Tem 22 anos de idade. Iniciou no Tholl em 2016 e faz parte dos elencos dos espetáculos Tholl, Imagem e Sonho, Cirquin, Exotique e Par ou Ímpar. Os projetos de João, a partir de agora, são continuar treinando e evoluindo. E atuar novamente com o Circus 1903. No momento, só pensa em trabalhar e se divertir com os companheiros do Grupo Tholl e da vida.
Leonardo Louzada começou a sua carreira com o circo aos 13 anos, no Tholl, onde permaneceu por seis anos. Hoje, aos 20, treina na trupe, mas não faz mais parte de espetáculos. "O Tholl foi a base para poder seguir profissionalmente a carreira circense. "Vejo o Tholl como a minha escola, como a minha casa, como a minha família e como o meu primeiro amor. Também vejo que o Tholl é uma grande porta para a formação de artistas e atletas que hoje brilham no palco, levando todo o aprendizado e a energia do Tholl".
Lembra Leonardo que o Tholl sempre abriu a porta para todos e por isso sempre teve essa "energia maravilhosa que prevalece em todo o público. Tenho a honra de ter feito parte do Grupo Tholl. Foi o lugar que abriu a portas para mim e me deu todo o suporte para trabalhar profissionalmente na vida circense. Sou eternamente grato ao Grupo Tholl e ao João Bachilli". Leonardo Louzada está com contrato assinado com o Cirque du Soleil, devendo iniciar treinamento agora em maio, mas ainda não sabe de qual espetáculo fará parte.
Integrando o Cirque du Soleil há cinco meses, Gabriel Costa fez audição para a companhia canadense na Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro. Agora ensaia para o espetáculo "Paramour - Das Musical", o primeiro show fixo do Cirque du Soleil na Europa. Treina acrobacia de chão, banquine, mastro chinês e trampwall em Hamburgo/Alemanha. Com 25 anos, permaneceu no Tholl por dois, sendo um de treino e o outro integrando o elenco de Exotique. "O Tholl foi o começo da minha vida com o circo, depois dele eu só quis mais e mais circo, até chegar no Cirque du Soleil, que sempre foi o meu objetivo como circense", comemora.
Pequenos grandes talentos
Antonella e Anthony, apesar dos nomes combinando, não são irmãos. Os dois são pelotenses e sonham em um dia integrarem a companhia canadense. Ambos "amam" fazer parte do Tholl e ingressaram na trupe através do 10º Oficinão Caça-Talentos, realizado em fevereiro de 2018. Ela treina contorcionismo, e ele, faixa aérea.
Antonella dos Santos de Oliveira tem oito anos. Sua primeira experiência com o circo foi na escola, através de aulas de ginástica artística. Pelo Tholl, desfilou no Natal de Canela e no Shopping Partage, em Rio Grande, além de apresentar-se com o espetáculo Par ou Ímpar. Em breve, deverá fazer parte dos espetáculos Tholl, Imagem e Sonho e Exotique.
"O circo é a minha vida" , comemora Antonella, afirmando sentir-se orgulhosa dos colegas de trupe que hoje mostram a sua arte e fazem sucesso fora do Brasil. Afirma, com certeza, que um dia também vai estar no Cirque du Soleil mostrando a sua arte: o contorcionismo.
Na família do Anthony Martins Barcellos, de dez anos, quem sentia desejo de ingressar no Tholl era o irmão mais velho, Yuri, hoje com 24, o grande incentivador do pequeno. Foi Anthony o primeiro a entrar na trupe, puxando além de Yuri, os irmãos do meio, Alícia e Erick. Os quatro hoje fazem parte da família Tholl.
Diz que acha "muito legal" seus colegas fazerem parte do Cirque du Soleil, onde um dia sonha estar. Sente-se feliz e orgulhoso. "Eles merecem", comemora. Anthony desfilou pelo Tholl em Canela e em Rio Grande, na época de Natal e também se apresentou em Par ou Ímpar, com os irmãos Kleiton & Kledir + Grupo Tholl. O pequeno artista integra o espetáculo Tholl, Imagem e Sonho e também deverá fazer parte do elenco da nova montagem do Tholl, Casinha de Chocolate, prevista para estrear em junho.
João Bachili
"São momentos de felicidade e de realização muito grandes. Presenciar integrantes do Grupo Tholl ingressando em espetáculos internacionais de grande porte, me remete a uma alegria imensa", assim manifesta-se o idealizador e diretor artístico do Tholl, João Bachilli.
Para ele, ver esses jovens realizando seus sonhos, dá a certeza que o Tholl está fazendo um trabalho correto e, antes de tudo, formando indivíduos com responsabilidade e prontos para enfrentar os grandes desafios.
"Nossos pequenos artistas como o Anthony e a Antonella, presenciando esse momento, têm a certeza que é possível acreditar na arte, acreditar no circo! VIVA O CIRCO", conclui.
Fotos: Acervos artistas
1 e 2: Vinicius, João e Leonardo
3: Leonardo
4: Gabriel
5 e 6: Anthony
7, 8 e 9: Antonella
10: Antonella e Anthony